segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Nascimento e composição química das estrelas (Química)

Uma estrela nasce da aglomeração de matéria dispersa pelo espaço. Estrelas de primeira geração são constituídas de hidrogênio (H) e hélio (He), formados primordialmente. Estrelas de segunda geração, como nosso Sol, são constituídas de matéria remanescente da explosão de outras estrelas e possuem outros elementos químicos mais pesados. À medida que essas matérias vão se acumulando, como uma bola de neve, a temperatura no interior da protoestrela aumenta gradativamente. Ela se tornará uma estrela quando a temperatura e a pressão em seu interior forem suficientemente grandes para desencadear a fusão nuclear. Nesse processo, dois núcleos atômicos se unem formando um novo, mais pesado. Uma pequena quantidade de matéria remanescente é convertida em energia na forma de radiação eletromagnética ou fótons. A fusão nuclear continuará enquanto a temperatura e a pressão se mantiverem altas o suficiente, formando novos elementos químicos.

O caminho evolutivo de uma estrela depende diretamente de sua massa. A força da gravidade tende a contrair a estrela enquanto a pressão, devido à radiação, tende a expandi-la. Nas estrelas com massa inferior a 8 vezes a massa do Sol, o processo de fusão nuclear seguirá formando He, carbono (C) e oxigênio (O). A pressão de radiação superará a ação da gravidade e a estrela se expandirá, sua temperatura e pressão diminuem cessando o processo de fusão.

Nas estrelas com massa superior a esse limite, a fusão nuclear prossegue formando neônio (Ne), magnésio (Mg) e ferro (Fe). A estrutura nuclear do Fe apresenta um obstáculo para a fusão nuclear, mas a temperatura da estrela continuará aumentando e ela explodirá em uma estrela nova, ou supernova. A imensa quantidade de energia criada durante a explosão tornará possível a formação de outros elementos além do Fe. Depois da explosão, a evolução segue e a estrela poderá tornar-se uma estrela de nêutron ou mesmo um buraco negro.

A análise da composição química das estrelas é feita através da Espectroscopia. A distribuição dos elétrons em cada elemento químico é única. Quando um elétron faz a transição entre “camadas” no átomo, emitirá ou absorverá um determinado fóton. O conjunto dos fótons emitidos por um determinado elemento químico, em suas várias transições eletrônicas possíveis, é chamado Espectro de emissão. E o conjunto dos fótons absorvidos de um contínuo é o Espectro de absorção. Assim, observando o espectro de emissão de uma estrela é possível identificar exatamente sua composição.

A cor da estrela depende diretamente da sua temperatura. Para determinar a temperatura de uma estrela, analisamos seu espectro que é obtido quando um feixe de luz passa por uma fenda e atravessa um prisma de vidro.

O espectro das estrelas geralmente apresenta-se como uma faixa luminosa contínua, contendo todas as cores do arco-íris interrompidas por raias escuras. Essas raias revelam a composição química das camadas superficiais do astro.

Cada elemento químico tem a propriedade de mostrar raias no espectro em comprimentos de onda característicos. A composição de uma estrela pode ser determinada a partir da análise do espectro de uma estrela. Isso é feito, comparando o espectro da estrela ao espectro de elementos químicos.

Cada linha escura no espectro de uma estrela está associada à presença de um elemento químico na atmosfera da estrela. Isso nos leva a pensar que as estrelas com linhas espectrais diferentes têm composição química diferente. No entanto, atualmente se sabe que a composição química das estrelas em geral é praticamente a mesma: aproximadamente 90% hidrogênio e aproximadamente 10% hélio; todos os outros elementos juntos contribuem entre 1% e 2% da composição e são chamados de metais. Portanto, o hidrogênio é de longe o elemento químico mais abundante nas estrelas, e ainda assim as linhas do hidrogênio, embora fortes em algumas estrelas, são fracas em outras. As linhas de Balmer (é a designação de um de seis diferentes tipos de séries descrevendo as emissões do átomo de hidrogênio na linha espectral.) ficam fracas em estrelas muito quentes ou muito frias, apesar de o hidrogênio existir abundantemente em todas.

O Sol é uma estrela devido à grande quantidade de massa que tem, de aproximadamente 334.672 vezes a massa da Terra e é constituído principalmente de hidrogênio e hélio (Composição Química: Hidrogênio, Hélio, Nitrogênio, Carbono, neon, Ferro, Silício, Magnésio e enxofre).                                                        

Em astronomia e cosmologia física, a metalicidade (também chamada Z) de um objeto é a proporção da sua matéria constituída de elementos químicos diferentes do hidrogênio e hélio. Como as estrelas, que se constituem na maior parte da matéria visível do universo, são compostas principalmente de hidrogênio e hélio, os astrônomos usam por conveniência o termo genérico "metal" para descrever todos os outros elementos coletivamente. Assim, uma nebulosa rica em carbono, nitrogênio, oxigênio e neônio seria "rica em metais" em termos astrofísicos, embora esses elementos sejam não-metais na química. Este termo não deve ser confundido com a definição usual de "metal"; ligações metálicas são impossíveis no interior de estrelas, e as ligações químicas mais fortes só são possíveis nas camadas externas de estrelas frias tipos K e M. A química normal, portanto, tem pequena ou nenhuma relevância no interior estelar.

A metalicidade de um objeto astronômico pode fornecer uma indicação da sua idade.

Na Via Láctea, a metalicidade é maior no centro galáctico e decresce à medida que se caminha para fora. O gradiente de metalicidade é atribuído à densidade de estrelas no centro da galáxia; há mais estrelas no centro e por isso, ao longo do tempo, mais metais retornaram ao meio interestelar e se incorporaram a novas estrelas. Por um mecanismo similar, galáxias maiores tendem a ter maior metalicidade do que as menores.

A metalicidade do Sol é de aproximadamente 1,8% em massa. Para outras estrelas, a metalicidade é frequentemente expressada como "[Fe/H]", que representa o logaritmo da razão entre a abundância de ferro da estrela e a do Sol (o ferro não é o elemento pesado mais abundante, mas é um dos mais fáceis de medir com dados espectrais no espectro visível). A fórmula para o logaritmo é a seguinte:


Por esta fórmula, estrelas com metalicidade superior à do Sol têm um valor logarítmico positivo, enquanto aquelas com metalicidade menor que a do Sol tem um valor negativo. O logaritmo é usado em potências de dez: estrelas com um valor de +1 têm dez vezes a metalicidade do Sol (101); da mesma forma, aquelas com valor de -1 tem um décimo (10-1), as com valor de -2 têm um centésimo (10-2) e assim por diante.

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